Carrefour pode vender lojas no Sul e Nordeste por aquisição do Grupo BIG

O CEO do Carrefour Brasil, Stéphane Maquaire, afirmou que, por questões regulatórias, a empresa pode vender lojas no formato de hipermercados nas regiões Nordeste e Sul do Brasil, onde o Grupo BIG está mais bem implementado.

O BIG está sendo adquirido pelo Carrefour e a compra sob análise do Cade. Em janeiro, a Superintendência-Geral do órgão recomendou ao tribunal da autarquia a aprovação da compra, condicionando-a à venda de unidades.

A fala de Maquaire ocorreu durante teleconferência sobre os resultados do quarto trimestre do Carrefour Brasil, após o executivo ser questionado por um analista sobre a informação, que vem sendo apontada pelo Valor Econômico, de que 11 unidades serão vendidas. Maquaire não confirmou ou questionou o número citado na pergunta.

O BIG tem 388 unidades e, em comunicado no final de janeiro, o Carrefour havia destacado que fecharia menos de 10% da base total, sem precisar números.

Vendas do Carrefour em 2022

Maquaire também afirmou que a empresa vem observado crescimento positivo em vendas em mesmas lojas neste início de 2022, que estariam em “mid single digits” (cerca de 5%) tanto para o varejo quanto para o Atacadão. No quarto trimestre, as vendas recuaram 6,1%.

Em coletiva de imprensa na véspera, a diretoria afirmou que o fechamento de lojas do concorrente Extra vem levando a migração de clientes para unidades do Carrefour. Na teleconferência desta quarta, a diretoria citou ações da administração para explicar o ganho de 0,4 ponto percentual de participação no mercado em 2021.

Transformações de lojas

Em se tratando de transformações de lojas como parte do processo de aquisição do Grupo BIG, o CFO do Carrefour, David Murciano, disse que a expectativa é de que o Capex seja de R$ 600 milhões, mantendo a estimativa anunciada no momento da aquisição.

Ele disse que o valor pode aumentar, a depender da determinação do Cade sobre o número definitivo de lojas a serem convertidas. Segundo o executivo, ainda não é possível dizer o valor exato por conta dessa indefinição, mas ele não espera que o Capex por loja aumente.

Maquaire afirmou que a empresa vê oportunidade de crescer mais com a conversão de lojas em Sam’s Club e no modelo atacarejo.

Ele também disse que, no momento, o Carrefour busca integrar e estabelecer as lojas que comprou do Makro, que tiveram aceleração de vendas maior do que o estimado. O Carrefour comprou 30 unidades do Makro em 2020.

Maquaire ressaltou que foi elevada em 15% a estimativa sobre sinergias com o Grupo Big, como havia sido divulgado mais cedo. David Murciano ressaltou que são esperados ao menos R$ 2 bilhões em sinergias em 2022.

Margens com o Atacadão

Murciano afirmou que o modelo do Atacadão, focado em volume, tem capacidade de expandir a rentabilidade em 2022, próximo aos níveis históricos de 7% a 7,5%, descontados impactos de inflação e expansão. No quarto trimestre, o Atacadão atingiu margem Ebitda ajustada de 7,9%.

“Vamos manter a estratégia de ganhar o ‘market share‘”, disse o executivo. No varejo, ele diz que a rentabilidade está voltando ao nível de 2019.

O CEO Maquaire disse que o cliente do Atacadão está disposto a realizar viagens mais longe por conta de propostas de preços, com um “cash and carry” cada vez maior para este formato.

A rede Atacadão abriu 44 lojas em 2021, das quais 22 são novas e outras 22, conversões do Makro. A margem bruta subiu 1,4 ponto percentual entre o quarto trimestre de 2020 e o mesmo período de 2021, para 15,5%; a margem Ebitda avançou 0,4 ponto percentual, para 7,9%.

Já no braço de varejo a margem bruta caiu de 24,9% no quarto trimestre de 2020 para 23,2% no mesmo período de 2021; e a margem Ebitda avançou de 8,1% para 5,2% na mesma comparação.

Inflação e marca própria do Carrefour

Maquaire disse que toda vez que houve ajuste de preços com a forte inflação recente, e os volumes caíram. Acrescentou, porém, que houve resposta positiva com o congelamento do preço no varejo na marca própria do Carrefour, o que ocorreu entre novembro de 2021 e janeiro de 2022.

Assim, ele afirmou que o Carrefour “tem ferramentas” para reduzir o impacto da alta dos preços. Além disso, a direção afirmou que acredita que poderia haver aumento do peso de itens de marcas próprias vendidos de 19% no final de 2021 para mais de 20%.

Maquaire reforçou que vê uma inflação de alimentos já mais controlada por conta da perspectiva de alta dos juros no Brasil. A expectativa do mercado é de que atinja até 12%.

O CFO David Murciano complementou que a inflação vem caindo desde dezembro. Mas ponderou que, depois de 20% de alta acumulada, é normal que haja essa redução.

Fonte: InfoMoney

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