BRF tem prejuízo no 2º tri com custos mais elevados

A companhia de alimentos BRF registrou prejuízo líquido de 199 milhões de reais referente às operações continuadas no segundo trimestre, revertendo lucro de 307 milhões de reais visto no mesmo período do ano passado em meio a altos custos, conforme balanço divulgado na quinta-feira (12).

A empresa também informou que, considerando o total societário, o prejuízo líquido no trimestre atingiu 240 milhões de reais.

“Estes 41 milhões de reais de prejuízo (além dos 199 milhões) referem-se a operações descontinuadas, na Argentina, que não fazem mais parte do capital da companhia”, disse à Reuters o CFO da BRF, Carlos Moura.

Já o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado da BRF somou 1,271 bilhão de reais no período, avanço de 23,2% na comparação anual.

Moura afirmou que a companhia, que é uma das maiores processadores de aves e suínos do mundo, foi afetada por um cenário inflacionário, com despesas maiores não só dos insumos usados na ração –milho e farelo de soja– mas também com demais itens que fazem parte do processo produtivo, como plástico, papelão, diesel e energia elétrica.

“Mas graças ao trabalho de suprimentos diferenciado e na gestão matricial de gastos conseguimos mitigar custos e fazer um Ebitda bem consistente”, disse ele, ressaltando que a alta do câmbio também impactou o resultado financeiro da companhia.

Apoiada a preços maiores, a receita líquida da BRF subiu 27,8% no segundo trimestre, para 11,637 bilhões de reais.

No Brasil, a BRF teve incrementos de 2,7% nos volumes e de 24,8% na receita operacional líquida, mas o Ebitda ajustado da unidade caiu 8,8%, para 492 milhões de reais, pressionado pelos custos.

Com relação aos grãos, o CFO disse que a localização geográfica das unidades permite acessar vendedores de insumos com escala e em melhores condições, porém, ainda assim foi necessário recorrer ao mercado externo.

“Temos um momento favorável à importação… Fizemos movimento de importação da Argentina, fomos seguidos pela JBS”, disse Moura citando a principal concorrente e sem revelar os volumes que foram adquiridos no exterior.

Devido ao cenário de quebra na segunda safra de milho no Brasil, o executivo ainda não descartou a possibilidade de novas importações de milho para ração no país vizinho.

Também de acordo com o CFO, cerca de 50% da receita líquida veio do segmento internacional da empresa, com destaque para negócios com a China, Arábia Saudita, Turquia e oportunidades em países do norte da África.

Quanto a perspectiva para os próximos trimestres, Moura disse que a companhia está confiante na recuperação econômica e segue posicionada em termos de estoques para um cenário de melhora na demanda.

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