Cesta da pandemia apresenta alta de 8,52% em setembro

Recentemente, o IPCA 15 do IBGE, para a região metropolitana de São Paulo, mostrou sinais de aceleração com a alta de 0,45% em setembro ante os 0,23% em agosto. Porém, o recorte da FecomercioSP com os itens mais consumidos durante a pandemia de covid-19 aponta alta média de 8,52%. Mudanças relevantes nos hábitos de consumo das famílias acabam por modificar as estruturas de ponderação dos medidores de inflação e, novamente, o grupo de Alimentação e bebidas puxa a alta, com aumento de 15,69%, em relação ao ano anterior.

Para elaborar a “cesta da pandemia”, a Federação leva em conta os itens essenciais das três categorias mais vendidas em setembro, das quais todas registraram alta na inflação, em comparação com o mesmo período do ano passado: Alimentação e bebidas (15,69%), Habitação (6,69%), Saúde e cuidados pessoais (3,27%.).

Os itens mais básicos da alimentação dos brasileiros, como arroz com feijão, seguem com os preços elevados, o que tende a manter restrita a renda das famílias, especialmente as de menor poder aquisitivo. Em relação ao mesmo período do ano passado, tiveram alta o feijão carioca (45,04%), o arroz (30%) e leite longa vida (30%), este último em virtude dos pastos mais secos devido à sazonalidade específica. Entre as proteínas, aumentos significativos nos preços do músculo (30,85%), alcatra (24,48%), linguiça (20,36%) e contrafilé (19,15%).

Habitação, que engloba produtos de limpeza, mais utilizados durante a pandemia, mostra um acréscimo médio de 6,96%, abaixo da média do índice geral. No entanto, nota-se alta relevante nos preços em detergente, que está 9,82% mais caro que em setembro do ano passado.

O grupo Saúde e cuidados encerrou setembro com a menor variação acumulada em 12 meses desde 2013, considerando dados retroagidos na mesma cesta de bens: 3,27%. A média de crescimento nos preços deste grupo costumava mostrar elevações superiores aos 7%, segundo a série histórica. Porém, o subgrupo de Cuidados pessoais, especificamente, revela alta de 6,65%, em relação ao ano passado, sendo impactado pelos aumentos em: sabonete (5,91%) e papel higiênico (7,45%).

A tendência é que os preços dos alimentos sigam pressionados este ano, seja por um aumento no apetite internacional pelos grãos e carnes brasileiros, ou fator cambial que favorece ainda mais a exportação. Além disso, a seca também pode prejudicar o andamento das safras, reduzindo a oferta final.

Segundo a Federação, os dados do Produto Interno Bruto (PIB) e da perda das vagas de trabalho em setores econômicos, já indicavam que o período de enfrentamento da pandemia seria de restrição orçamentária, o que acaba por impor novos padrões de consumo: mais simples e que priorizam bens essenciais, como alimentos, produtos de higiene, produtos de limpeza e dispêndios com saúde.

Os preços ainda estão em processo de realinhamento, de acordo com as mudanças trazidas pela pandemia, porém, mesmo com a retomada das atividades, é importante compreender que o momento é de cautela por parte dos consumidores, já que há um sentimento de incerteza quanto ao futuro.

Orientação aos empresários

As informações obtidas na cesta da pandemia, embora estejam absolutamente voltadas para estruturas de ponderações familiares e não do setor produtivo, podem direcionar os planejamentos dos empresários, especialmente para a aquisição do mix de produtos mais adequado para o seu público, pensando nas mercadorias que têm sido mais consumidas.

Observar os novos hábitos de consumo também pode direcionar o empresário. É importante conhecer o cliente para que as aquisições sejam adequadas ao momento atual, evitando estoques elevados. Em períodos como esses, os consumidores buscam reduzir o volume de compras de produtos premium, por exemplo, e focam em itens com os preços mais convidativos.

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